sexta-feira, 31 de maio de 2013

Keith “Aieron” Knight: Acessibilidade e Superação através dos Games

Outro dia lendo uma matéria sobre League of Legends fiquei fascinado com a história de Keith “Aieron” Knight, um jogador canadense portador de amioplasia (um tipo de artrogripose em que a pessoa nasce com as articulações comprometidas e musculatura frágil, o que causa sérios problemas de mobilidade). O jovem Keith, que hoje está com 26 anos, começou jogando Nintendo, passou para os MMOs e atualmente se “profissionalizou” em Battle Arenas (MOBAs). Ele diz sempre ter usado o rosto para jogar e atualmente ele tecla com o auxilio de uma caneta na boca e opera o mouse com o lado do rosto (fico me perguntando como ele usava um controle de Nintendo sem as mãos). Além disso ele adaptou um sistema de botões que usa com o pé em substituição às teclas q, w, e e r do teclado para maximizar as suas habilidades no jogo que, segundo relatos de outros jogadores do LoL, não são poucas.
 
O jovem Keith “Aieron” Knight

As conquistas deste jovem cavaleiro (“Knight” em inglês significa “cavaleiro”) não ficam apenas no LoL. Atualmente em seu canal do Twitch ele não apenas exibe as partidas que joga ao vivo, como também usa o seu canal para promover uma agência canadense de voluntários comprometidos em eliminar doenças neuromusculares e auxiliar portadores dessas doenças. Sozinho ele já conseguiu levantar C$ 1330,16 (R$ 845,37), pode não parecer muito, mas se pensarmos que estamos falando de uma pessoa com uma condição limitadora angariando fundos apenas jogando no computador a coisa muda bastante de figura, não?

Isso me fez pensar em como os games podem ser democráticos. Fico imaginando a mesma situação transposta para algum outro tipo de atividade, como o automobilismo, por exemplo. Será que alguém pilotando um carro adaptado poderia competir de igual para igual com outros pilotos? Não saberia responder, mas sei que qualquer pessoa pode jogar virtualmente qualquer tipo de jogo, o único limite é a preferência pessoal de cada um. Sua namorada pode não curtir League of Legends mas talvez ela se dê muito bem jogando algum jogo social no Facebook. 

Encaremos os fatos: jogos estão deixando de ser "coisa de nerd". Pense em quantas vezes já não se deparou com alguém em um saguão de aeroporto jogando distraído e despretensiosamente um jogo no celular enquanto espera pelo seu voo? Quem não tem aquele amigo que não sai pra almoçar sem antes dar uma verificada na sua "fazendinha"? Os jogos estão cada vez mais presentes nas vidas de todos, mesmo daquelas que até alguns anos atrás não tinham o perfil de gamer, como os conhecíamos.

A exemplo do nosso cavaleiro canadense, o que podemos fazer para transformar nossas vidas e a dos outros fazendo aquilo que gostamos? Os jogos sempre me fascinaram pela capacidade de nos “ensinar a aprender” virtualmente tudo. Não estou dizendo que todos sem exceções podem ganhar a vida jogando videogames, o próprio Keith não ganha a vida com os games, apenas os usa para promover uma causa. Mas podemos sim aproveitar melhor as oportunidades que se nos apresentam para tornarmos as nossas vidas e as dos outros, se não melhores, ao menos mais divertidas.

Cristiano Batista
CEO da geekXlator

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